30 de janeiro de 2009

Decepções

Quando se é menos do que se espera, é comum ter de lidar com inúmeras decepções, é bom aprender com elas, saber que há mais pra se viver, mesmo que isso seja extremamente dolorido.


Pois bem, como cada dia só acontece uma vez, cada situação não se repete, dou graças a Deus por o dia de hoje estar perto de acabar, não que eu não goste de viver meus dias, mas alguns simplesmente me fazem sentir pior do que outros.

Ora, tenho amargado por anos a decepção de não ser o que deveria, tenho passado há muito por desilusões de todo tipo, mas a que se deve isso?
Imagino que ao fato de não ter recebido apoio, de não ter sido notado. Sim, julgo que sou especial e que, infelizmente, quando foi necessário descobrir isso, ninguém estava me olhando.

Dai eu cresci, decepcionado, desinteressado, criei um sentimento de auto satisfação (ok, acordo ortográfico, como fica isso?), de ser completo em mim mesmo. Ignorei professores, amigos, garotas. Me lembro bem que não tenho amigos de quem me lembrar com saudade.

Minha vida hoje não é ruim, não pensem isso, mas eu acredito que tudo que tenho hoje é apenas uma porção mínima daquilo que realmente eu deveria ter conquistado.

Fui privilegiado, modestia à parte, com uma mente brilhante, tenho facilidade com números, com palavras, com história... Tenho facilidade com qualquer coisa que queira fazer, mas não me interesso por nada, é tudo como fogo de palha, logo acaba.

Me lembro bem como foi interessante quando meu interesse foi pela história das guerras mundiais... Me dediquei por dois anos a estudar fatos engraçados sobre a história que havia além dos livros de história. Aprendi dados muito relevantes pra mim, mas que os historiadores se negam a enchergar. E não me perguntem quantas pessoas morreram nos conflitos, pra mim isto é irrelevante, não por não me importar com as vidas ceifadas, mas há muitos historiadores que tratam deste assunto macabro. Prefiro saber o que houve de bonito, de interessante, de diferente, o que, na guerra, identificava os homens como homens, além dos interesses políticos que, por falta de opção, combatiam tão bravamente.

Li Hitler, li Orwell, gostei.

Aliás, sinto bem as atmosferas que Orwell cria em todos os seus livros, sobre como ele lida com suas decepções consigo mesmo, com o mudo e com o que havia na época. É admirável ve-lo escrever sobre a economia européia, sobre a fome, o medo, a guerra, o futuro.

Me identifico com ele, gosto de sua literatura, sem romance, sem finais felizes, como a maioria dos sonhadores vivem.



Minha busca, face a isso tudo, e, então, por conhecer meios que me levem a não deixar de ser sonhador, mas também a não ser iludido com tantas futilidades que este mundo passageiro nos oferta como manjares.


Espero poder postar sempre, não só quando estiver contrariado ou decepcionado, como é o caso.


Deixo um trecho da música que toca:
"Que angústia desesperada, minha fé parece cansada e nada, nada mais me acalma!"

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