12 de dezembro de 2010

Desabafo

Acho que o título é auto explicativo, não carece de maiores detalhes.

E de qualquer maneira, fico feliz em este ser o meu blog, ou seja, é aqui que eu posso falar as besteiras que me dão na telha sem ficar preocupado com o que os outros vão pensar (quer dizer, isso não significa que eu me preocupe, é só que parece mais engraçado falando desta maneira).


Enfim, hoje eu honestamente estou levemente pensativo, não sobre um assunto específico ou sobre eventos recentes, mas na forma como eu conduzo as coisas, meus pensamentos sobre a vida, minha idéia sobre justiça, sobre o que eu considero importante e também nas coisas que eu dou valor.

Não é de hoje que eu noto que meus pensamentos sobre isso tudo que existe é conflitante com tudo que existe por ai. Eu honestamente nunca encontrei alguém que tivesse compartilhado comigo idéias e opiniões sobre as coisas em que me dou ao trabalho de pensar.

Veja bem (falo comigo mesmo, e talvez com um eventual leitor) eu honestamente aprendi sobre a vida, o universo e tudo mais de uma maneira diferente das outras pessoas. E eu não acho isso uma vantagem, muito menos uma desvantagem. Eu aprendi a não me importar com esta diferença, mas somente lidar com ela da maneira que eu considere mais adequada.

Não é segredo (e eu continuo falando sozinho) que eu honestamente nunca estive de fato preocupado em fazer muitos amigos, em ser popular ou qualquer coisa do gênero, e se houve (e houveram) momentos na minha vida em que eu (aparentemente) estive cercado de 'amigos' com muita gente querendo me ver e essas coisas todas, foi por ocasião de fatos que eu não intentei provocar, mas que se desencadearam em função da forma como eu escolhi levar a vida desde a mais tenra infância.

Ora, estes momentos supracitados evidentemente são muito escassos, de sorte que na maior parte do tempo eu estou sozinho, não fisicamente, mas nas idéias, na cabeça. É assim que eu encaro as coisas, principalmente por já ter sofrido muito tentando compartilhar uma opinião ou expor meus pensamentos. Todos eles são amorfos e tendem a passar uma idéia errada dos meus propósitos ou desejos.

Mas infelizmente (e devo dizer que lamento muito isso) não é sempre que eu consigo isolar meus pensamentos e minhas idéias do mundo exterior. E se há algo que eu aprendi nessa vida, é a defender minhas idéias, pelos meios que se fizerem necessários. E quando eu tenho uma idéia ou uma crença, pode acreditar, ela está embasada em algo sólido e grande, seja por meio de incansáveis estudos ou ainda pelo exercício da repetição dos atos e momentos em questão.

Então veja, se eu defendo alguma coisa de maneira ferrenha, se eu 'brigo' por alguma coisa, seja ela o que for, há por trás disso alguma razão maior do que o simples momento. Há experiência, há frustrações, há descobertas, há paixão (sim, eu defendo tudo que acredito com paixão, se eu faço uma coisa, a faço com dedicação e paixão, e procuro levar a cabo os projetos que iniciei - apesar de ter idealizado tantos outros que sequer puderam ser iniciados).

Vou fazer um parênteses neste ponto para contar uma história, que data de quando eu ainda não sabia que estava vivo, que não sabia o significado das coisas, mas que marcou muito minha vida.

Era verão, não sei o ano, não sei nada, a não ser que estávamos no dia fatídico meus pais eu e meu irmão (sequer me lembro se o caçula havia nascido). Mas estávamos lá, em férias, numa represa em Furnas, fazendo coisas de que não me lembro pelo simples fato de só ter na memória a história que relato, que por sinal é a memória mais antiga que preservo.

O fato é que estávamos na beira da represa, havia uma espécie de muro de contenção, uma barreira de pedras e terra que era parte da barragem. A única lembrança que tenho era que estávamos meus pais e eu nesta barragem fatídica, meu pai mergulhou, eu era muito criança, estava com minha mãe na margem, apenas os pés molhados. Meu pai voltou do mergulho (ele era atleta, além de ter um trabalho braçal na época, o que fazia com que fosse muito forte, ainda mais para mim, em tão tenra idade) com uma pedra na mão. Era pequena, do tamanho aproximado de uma bola de gude, e numa forma que se aproximava de um cubo, muito tosco (não consigo esquecer daquela textura, apesar da distância que me separa dos eventos). Meu pai deu pra minha mãe a tal pedra, branca, provavelmente de mármore ou algo do gênero, e eu lembro que ela ficou bastante feliz, e ela me deu a pedra nas mãos, pra eu ver. Num gesto idiota e inexplicável (mas que eu honestamente não lembro de ter decidido fazer) eu atirei a tal pedra de volta para a água, o mais longe que eu consegui - o que provavelmente não era muito, mas devido à natureza da barragem, de parede íngreme, fez com que o resgate fosse impossível. Nunca consegui tirar da cabeça a lembrança da expressão da minha mãe, ao ver eu jogar fora o presente que ela havia acabado de receber. Um presente que fora trazido do fundo da represa pelo meu pai, e que aparentemente não possuía o menor valor, mas que representava (e hoje eu tenho este juízo formado) muito mais do que uma simples pedra, carregava também sentimentos muito maiores do que o valor em questão. E de acordo com o que consigo puxar da memória, esta foi a primeira ocasião em que deixei meus pais sinceramente frustrados. À época eu não entendia a importância de tão simples presente. Mas desde então eu aprendi a dar valor nas coisas, mais do que elas custam. Meu desejo é que outras pessoas aprendam este valor. Infelizmente isso é inviável.

Terminado o parênteses feito para trazer à luz uma história que nunca contei a ninguém, quero retornar ao escopo deste texto, e se existe um, ele é o de me explicar. Tudo que acontece, acontece com um propósito, uma razão. E assim são minhas atitudes, nada do que eu faço eu o faço ao sabor de sentimentos momentâneos. Há por trás de cada passo, de cada ação, um evento anterior que a motivou, que me faz agir da maneira como faço. Então, antes de fazer juízo sobre qualquer das minhas atitudes, siga o que diz o ET Bilu: Busque conhecimento.



É isso, hoje, depois de quase um ano afastado do meu blog, resolvi ressuscitar este moribundo espaço para resmungar um pouco mais sobre minhas 'peculiaridades'.



Agora, se você acha que não vale a pena ter por perto alguém tão 'excêntrico' quanto eu. Fico feliz em anunciar que minha preocupação não é o que você pensa ou sente a meu respeito, mas tão somente levar as coisas à maneira que considero mais adequada.




As coisas são simples, e qualquer pessoa que lance sobre mim um olhar sincero e puro, vai perceber que as respostas pras coisas mais absurdas que existem, tem no fundo alguma história que lhe dê sustentação.


Vou deixar uma letra do grande Dominguinhos, que eu gosto muito, afinal, como já disse Korn, 'a música te entende':

"Mas como eu não tenho ninguém
Eu levo a vida assim tão só"

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17 de fevereiro de 2010

Inspiração

As vezes me dá uma vontade grande de escrever alguma coisa só pela emoção de haver produzido mais um texto, mas me falta alguma coisa... É como se as linhas em branco estivessem me dizendo: Hoje não seremos preenchidas, não há nada a dizer. Mas eu sempre imagino que alguma coisa pode ser dita, mesmo me considerando muito mais eloquente quando estou em silêncio.

Eu sei que muitos dos meus textos são produzidos no calor de alguma agitação momentânea causada por um evento externo ou por uma nova onda de pensamentos, mas se eu acho que o silêncio diz tanto, que motivos me impedem de escrever quando me encontro com o espírito repousado?

É claro que quase sempre a inspiração é fruto de algum movimento exterior que provoca uma mudança interna, mas a quietude e a constância também precisam de voz. Hoje o que me compete dizer é que para além das explosões e críticas que construo, há um lugar em mim onde as águas são tranquilas e onde minha mente tempestuosa encontra repouso.

Por muitas vezes tenho vociferado contra coisas ou instituições que considero contrárias as sólidas bases onde apoio meus pensamentos, e muitas vezes também me vi obrigado a corrigir minhas posturas, afinal, voltar atrás, em diversos casos, significa desistir do erro e querer mudar de direção, fazer o certo, e tal atitude revela um espírito que aceita a disciplina e procura não se tornar rígido - inflexível quebra fácil.

Hoje não quero trazer nenhum fato intrigante da história nem questionar nenhuma teoria ou ponto de vista. Hoje só quero me lembrar que nem só de tempestades se constroem pensamentos e idéias.

4 de fevereiro de 2010

Então é Natal! E carnaval, e páscoa, etc... E dai?

Não, não estou aqui pra falar do natal, de como a cidade fica iluminada, de como existe uma sensação de alegria, um ar diferente no ar, até pelo fato de toda esta história ter passado, mas hoje tive vivos em minha mente pensamentos a respeito desta e de outras datas importantes ao nosso calendário ocidental (pois judeus, chineses, muçulmanos e alguns outros povos não seguem nosso calendário de 2009 anos - que, por sinal, começou a ser contado do um, e não do zero, pelo que se passaram 2009 anos de seu dito início e estamos supostamente no ano de 2010).

O avançar rápido dos anos, combinado com o mais rápido avançar de meu amadurecimento intelectual, tem me colocado frente a frente com fatos que me eram tão ignorados na minha infância quanto mal posso pensar em quão tristes são. E não gosto de pensar que muitas pessoas sequer dão importância a estes fatos, parece, para mim, que em todo o mundo eu sou o único que se importa com eles, que pensa, que escreve, que debate em seu interior sobre sua importância ou veracidade.

A cada segundo que passa, a cada instante que observo o frio caminhar do tempo, que se arrasta em seu rítmo que supostamente conhecemos, mas que o faz de modos diferentes pra diferentes expectadores em diversos lugares, percebo que, pouco a pouco, muralhas de antigos sofismas são desfeitas em minha mente, por intermédio das incessantes leituras que executo sempre que tenho oportunidade (e tenho sido agraciado por muitas oportunidades, nas últimas três semanas devorei quatro maravilhosas obras, que talvez compartilhe no futuro com meus leitores). A leitura é minha fuga deste mundo, e me faz querer cada vez mais estar fora dele, de seus laços e levar comigo tantas pessoas quanto eu consiga liberar e carregar comigo.

Voltando ao escopo da mensagem, após fazer os rodeios que sempre acompanham tudo que escrevo, frutos de uma necessidade interna de justificar todos os atos que pratico, gostaria de escrever algumas linhas sobre nosso calendário, principalmente no que se refere às nossas datas comemorativas.

Os nossos amados feriados, que com tanta estima e anseio esperamos, desejando um merecido descanso para o dia a dia tão fadigante que vivemos, consoante posso observar, é, em sua quase totalidade, fruto de datas comemorativas pagãs, algumas vezes travestidas, outras vezes, escancaradas. Questiono, dentro de mim mesmo, se nosso calendário é de fato Cristão, e sempre obtenho a mesma resposta após praticar minha costumeira dialética: Não.

Eu fico profundamente magoado ao ver que, por intermédio de melindrosos meios, forças encaminharam o curso dos eventos de forma que cada dia de nosso calendário fosse designado a um propósito muito escuso, o qual sequer tenho estômago para discutir no atual momento.

Passemos a alguns fatos, já que meu interesse nem de longe é a exaustão do assunto: falarei de algumas datas que fazem parte de nosso dia a dia e que, para meu desalento, têm suas raizes nos mais antigos ritos e tradições pagãs que se pode imaginar.

O Natal, data que foi citada em meu primeiro parágrafo, por exemplo, deveria simbolizar, teóricamente, o nascimento do Filho de Deus, o próprio Cristo, que veio ao mundo trazer sua mensagem de amor e tolerância, sua palavra de salvação e misericórdia. A própria decisão de se tomar uma data como simbólica de seu nascimento pode ser facilmente combatida com argumentos tão simples que qualquer criança poderia os articular, pelo que não os comentarei. Faço, portanto, uma pausa exatamente na escolha particular da data em que é celebrado, mesmo por muitas culturas que não acreditam em Cristo como o Filho do Deus vivo, enviado em favor dos que o aceitaram. Aposto um vintém que ninguém dentre meus leitores jamais se perguntou "Mas o que levou à escolha do dia vinte e cinco de dezembro?". Pois bem, esta data em particular, que antes de o cristianismo ascender como religião preferida em Roma, era largamente utilizada por pagãos como data cativa e dedicada ao nascimento do deus-sol invencível, foi escolhida de modo a amenizar as diferenças que pudessem existir entre estes e os Cristãos, apoiados pela simpatia de vários cezares, que dedicaram muitos favores a estes, após alguns séculos de perseguição, e que precisavam encontrar meios de fazer com que os antigos pagãos sentissem simpatia pela nova crença imposta pelo Estado. A seguir, temos a arvore de natal e os presentes, tradições muito antigas que remetem aos paises escandinavos, e a antigas histórias de apostasia originadas por rebeldes pré Cristãos que se desviaram dos caminhos do povo de Israel e se enveredou por caminhos heréticos. A escolha do pinheiro foi baseada em questões práticas, não vou discutir. E os presentes são oriundos dos escandinavos, que atribuiam a um de seus deuses, Odin, a incumbência de distribuir entre os seus presentes. Por sua vez, as guirlandas são obviamente um símbolo do mais puro paganismo, e são como portas de entradas para divindades, razão pela qual são colocadas nas portas, além de vários deuses egípicos a ostentarem em suas cabeças. As velas, por sua vez, tem relação também com o deus sol, uma forma de mante-lo vivo, as velas foram com o tempo substituidas pelas luzes elétricas dos pisca-pisca, que têm o mesmo efeito. Só pra finalizar, contemplando os mais famosos símbolos de Natal, sem falar muito da origem do papai noel que está em Nicolau, queria por fim falar sobre o presépio, que muitos consideram a única alusão a Jesus, que é, na verdade, um templo de adoração ao deus Baal, ou Beliel, o mesmo adorado por meio dos obeliscos, símbolos tão conhecidos do paganismo, e muito presente em tantas construções católicas. Desta forma, temos que o presépio nada mais é do que um altar dedicado a esta divindade, um símbolo travestido de idolatria. Todos os anos, a celebração católica romana do natal no Brasil (quanta contradição na mesma frase, não?) é celebrada diante de um presépio com símbolos babilônicos (heréticos) de adoração ao deus Baal, e que nada tem a ver com o Evangelho genuíno trazido por Cristo.




Eu me alonguei demais falando só sobre o Natal, poderia falar ainda da páscoa, do carnaval, de Corpus Cristi (se é assim que se escreve) (Corpus Cristi este que é a celebração mais ridícula desta civilização, realizado em adoração a uma bolacha...). Há muitos outros exemplos, os católicos romanos fizeram o favor de criar 'santos' para cada um dos dias do ano, o que nos deixa numa sinuca de bico, e que demandaria muito tempo para serem analisados convenientemente.

E meu interesse hoje é só deixar um alerta, para que estejamos atentos às comemorações existentes, e para que não caiamos nos laços sutis de quem deseja nos roubar, matar e destruir. Ainda há tempo, a verdade trás liberdade, eu tenho me libertado a cada dia, desejo o mesmo para quem quer que leia minhas palavras.

Me desculpo antecipadamente por quaisquer deslizes de meu portugês, estou enferrujado e não revisei o texto depois de pronto.



Lembrem-se: Roma nunca muda!