28 de outubro de 2009

Jurassic Park

Olha, eu tenho um quilo de textos escritos esperando para serem publicados, mas hoje, pra variar, eu vou escrever pois estou com raiva e quero externar isso que eu to sentindo. Tá difícil até de manter o nível do português.


Bem, vamos aos fatos: Primeiro o já sabido - Eu ABOMINO a Igreja Católica, mais do que a qualquer outra instituição ou organização. Por motivos muito claros e explícitos, já abordados neste blog.

Ora, isto posto, o motivo de minha raiva é: Hoje foi anúnciada a descoberta de um fóssil de mosquito preservado em seiva de alguma árvore, com data de aproximadamente 100 milhões de anos, nada muito excepcional numa primeira abordagem, pra constar, o mosquitinho tem três olhos, dois chifres abaixo dos olhos, pernas longas, mandíbulas pequenas, dizem os especialistas que era herbívoro, principalmente pelos vestígios de pólem nas longas pernas.
Ai você se pergunta: Que raios tem a ver o mosquito na resina e a igreja católica? Não poderia ser mais simples: Esta instituição de idiotas, fundada por Teodósio I aproximadamente no ano de 381 depois de Cristo, por mais de 1600 anos vem minando a inteligência dos homens e contaminando todo o mundo, como um virus, travestido de Cristianismo, mas que nem de longe se parece com o que Jesus, o Cristo, ensinou e deixou registrado por seus apóstolos no novo testamento, nem muito menos se assemelha à visão de mundo apresentada pelo Velho Testamento, onde os profetas, ao registrar a história do povo Judeu, registrava também suas crenças e o modo como seu Deus lhes falava e agia.
Devido a todos estes anos de escravidão de uma doutrina pobre, hoje nossa sociedade tem uma visão extremamente distorcida de quem seja Deus e de como ele, através da Bíblia, descreve a sua criação, de maneira poetizada e claramente evidenciando a óbvia ignorância de seus escritores sobre os pormenores da criação que hoje conhecemos, pois é óbvio que os profetas, devido a total ausência de estudos, jamais poderiam escreverem sobre física, biologia e afins. Apesar dessa ignorância toda, a Bíblia é bem coesa ao explicar a existência das coisas, evidente na ordenação da criação das formas de vida e em momentos contundentes, como, por exemplo, o fato de ser a terra redonda, fato que, por pelo menos 1000 anos, foi abertamente negado pela Igreja, que perseguiu e matou quem se opusesse ao pensamento de um planeta plano.
Dai, voltando ao mosquito, me vem um idiota (IDIOTA mesmo, é que não dá pra gritar aqui) e diz 'a Bíblia fala que a terra tem 10.000 anos, então não foi Deus quem criou esse mosquito). Puxa que partiu, tinha me acalmado, mas diante de uma IDIOTISSE dessas, já foi tudo às favas. Queria poder ver tal babaca me mostrar onde, na Bíblia, há alguma referência à idade deste planeta, estimada em alguns bilhões de anos.
Sinceramente, acho que a fé é algo individual e cada um acredita naquilo que está de acordo com seu nível de intelecto, e que ninguém deva ter a mesma visão que eu tenho sobre a criação e a existência de vida. Mas também não posso aceitar uma visão tão medíocre quanto a exposta. Oras, será que ninguém disse pra este bitolado que a Bíblia e o velho testamento são visões poéticas da criação, que elas se permeiam com a história do povo judeu e etc.?
Se, na Bíblia mesmo, consta que, para Deus, um dia é como mil anos, e que mil anos são como um dia, como eu vou poder dizer se Deus demorou mesmo um período de seis dias de 24 horas para criar tudo que existe? Primeiro é preciso saber uma coisa simples: Deus criou o universo e tudo que existe nele, incluindo o tempo, que é uma das quatro dimensões experenciaveis desse nosso universo, as outras são espaciais, as três dimensões. Agora, acredito eu que Deus tenha feito a analogia aos dias para ilustrar as separações entre os tipos de animais, e que a complexidade da vida estava contida nesse meio tempo somente de modo muito superficial.


Mas como eu tinha apenas a intenção de externar minha ira, está feito, uma análise filosófica poderá ser feita num outro momento.

4 de outubro de 2009

Histórias do que poderia ser

No decorrer de minhas atividades tenho notado que, por mais que me esforce, por mais que eu tente fazer um bom trabalho ou ser reconhecido por uma área mais interessante, tudo o que tenho colhido é o sabor amargo de seguidas decepções.

Ao passo que levo adiante minha rotina, percebo que enfrento mais e mais dificuldades e preconceitos, além, é claro, do total abandono e descaso que o desvalorizado cargo que ocupo proporcionam. Não consigo, face a tais adversidades, encontrar forças para continuar, quando todo o mais me faz desejar tão somente o fim deste martírio.

Infrutíferas tentativas de mudar a situação foram empreendidas, sem sucesso, as oportunidades que dei a meus superiores de me ajudarem com melhores condições de trabalho foram estéreis e, no final, tudo volta pro mesmo lugar de onde partiu: estou sozinho e sem expectativas, desmotivado, sentindo o desperdício de minhas habilidades ser cada vez maior e as oportunidades de mudança cada vez mais remotas.

Não há, a vista destas coisas, um motivo sequer que me prenda, nada que me faça querer retornar amanhã e continuar em tão vazia jornada, tal um Dom Quixote, buscando incessantemente resultados que jamais poderão ser alcançados, um sonho sem razão de ser, uma jornada solitária na qual não existe sequer um Sancho Pança que me motive, continuo caminhando só, sem esperança e sem rumo, como quem procura um objetivo inatingível.

“I walk this empty street, on the boulevard of broken dreams”

Só me resta uma pergunta, cuja resposta eu sei de cor, mas me recuso a acreditar:

“O que me traz aqui todos os dias?”

Nada, nada... Não há razão, nem mesmo uma imaginária, que me arraste pra este calvário, quando minha vontade, o clamor de meu corpo e alma é, tão somente, uma mudança, qualquer que seja, que me carregue pra bem longe, através da porta, através da rua, da cidade, do estado... Que me leve através do planeta, pelo universo, sempre mais longe, sempre, longe...

Enquanto não encontro ou reconheço esta realidade, sou obrigado a conviver todos os dias com tão hostil ambiente e tão adversas circunstâncias.

Meu desejo, neste caminho, é que eu consiga entender o objetivo disto tudo, do que foi dito e do que estas linhas não podem comportar, não existem palavras em meu extenso vocabulário que traduzam fielmente as aflições que meu coração enfrenta.

Mas agora, feito este lamento, consigo ao menos imaginar que, por um instante pude traduzir parte de meus sentimentos, conversando com minha habilidade de escrever para poder externar o que de tão íntimo existe: a decepção de viver todos os dias sendo menos do que poderia ser, e aprender com isso.